quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Rafael Nadal







Depois de visitar o parque francês da Disney, que inaugurava sua temporada de inverno, Nadal concedeu uma entrevista coletiva em Paris para explicar sua desistência na cidade.
- Se eu me lesionasse aqui em Paris, seria muito difícil jogar em Londres. O que posso dizer é que vou estar com motivação especial e farei tudo que estiver a meu alcance para jogar bem lá. É uma meta tentar melhorar a imagem do ano passado e estou concentrado nisso - disse Nadal, que perdeu todos os três jogos que fez no ATP Finals em 2010.
O número 1 do mundo disse também que voltará aos treinos antes deste domingo e que precisa de pelo menos uma semana para chegar em boas condições à capital inglesa.


- Posted using BlogPress from my iPhone

sábado, 6 de novembro de 2010

Pato Donald




Um pato rabugento e azarado é o responsável pela publicação em quadrinhos de maior longevidade do Brasil. Em 2010, o gibi do Pato Donald completa 60 anos de publicação ininterrupta no país. A edição número 1 da revista, lançada em 12 de julho de 1950, também é histórica por outro motivo: foi a primeira publicação da Editora Abril, que viria a se tornar o maior império editorial do Brasil.

Criado por Walt Disney em 1934, Donald fez sua primeira aparição no desenho animado The Wise Little Hen (A Galinhazinha Sábia). A ideia para o personagem teria surgido depois que Disney ouviu um imitador recitando um poema infantil com voz de pato. Clarence Nash, o imitador em questão, foi chamado para dublar Donald, ocupação que teve até a sua morte, em 1985.

Em sua primeira aparição, Donald já apresentava seu visual clássico, com camisa e quepe de marinheiro (e sem calças), mas ainda levaria alguns anos para que ele desenvolvesse a personalidade que o consagrou. Seu comportamento explosivo, sempre com o pavio curto, começou a se desenhar na animação seguinte em que apareceu, Orphan’s Benefit (Em Benefício aos Órfãos), também de 1934. No curta, Donald contracenava pela primeira vez com Mickey Mouse, que organizou o tal evento em prol dos órfãos. Enquanto recitava poemas, Donald era importunado pelos pirralhos e acabava se enfurecendo.

A partir de 1937, Donald deixou de ser coadjuvante dos desenhos do Mickey e passou a estrelar animações solo. Durante a Segunda Guerra Mundial, o pato foi usado em diversos curtas de propaganda antinazista. O mais famoso deles foi Der Fuehrer’s Face (O Rosto do Führer), em que o personagem trabalha em uma fábrica de armamentos na Alemanha nazista sob condições precárias e tendo que prestar reverência a Hitler.

A Segunda Guerra Mundial tem papel fundamental na chegada do Pato Donald ao Brasil. No começo da década de 1940, Walt Disney veio à América Latina como parte da “política de boa vizinhança” promovida pelo governo norte-americano para estreitar os laços dos EUA com seus vizinhos do Sul.

No Brasil, Disney criou o célebre Zé Carioca, inspirado nas inúmeras piadas de papagaio que ouviu durante sua visita ao país. O personagem fez sua estreia no clássico Alô Amigos, de 1942, onde apresentava o Brasil para seu amigo Donald, em sua primeira visita ao país. O pato caiu no samba e até deu uns goles em uma cachacinha. Dois anos depois, Donald voltaria ao Brasil em Você já foi à Bahia?, onde chegou a dançar com Aurora Miranda (irmã de Carmen).

Nos quadrinhos, Donald também apareceu pela primeira vez em 1934, em uma adaptação do desenho animado A Galinhazinha Sábia. A partir de 1936, ele também passou a protagonizar tirinhas publicadas em jornais.

O grande responsável pela consagração de Donald nos quadrinhos foi Carl Barks. Conhecido como “o Homem dos Patos”, Barks criou a cidade de Patópolis e boa parte dos personagens coadjuvantes de Donald, como Tio Patinhas, os Irmão Metralha, Maga Patalójika e o Professor Pardal. Barks produziu mais de 500 histórias de Donald entre 1943 e 1967 e ajudou a consolidar o personagem como o conhecemos hoje. Barks introduziu nas histórias de Donald as suas brigas homéricas com o vizinho Silva, as corridas ao tesouro, aventuras pelo mundo ao lado do Tio Patinhas e as peripécias de Huguinho, Zezinho e Luizinho como Escoteiros Mirins. Donald também teve outros autores produzindo suas histórias ao redor do mundo, com autorização da Disney. Na Itália, surgiu seu alter-ego, o Super-Pato, e no Brasil foi criado Biquinho, sobrinho de seu primo Peninha. Muitas histórias em que Donald e Peninha trabalhavam como repórteres do jornal A Patada também foram produzidas por artistas brasileiros.

A partir dos anos 1970, o personagem também se tornou alvo de um dos maiores ataques já sofridos pelas histórias em quadrinhos. Com a publicação de Para Ler o Pato Donald – Comunicação de Massa e Colonialismo (1971), escrito pelo chileno Ariel Dorfman e pelo belga Armand Mattelart, Donald passou a ser visto por muita gente como um perigoso agente do imperialismo ianque.

O livro, que ainda repercute em faculdades de comunicação, foi fruto de um projeto de educação popular criado pelo governo socialista de Salvador Allende no Chile (1970-1973). Sem esconder seus preconceitos contra a cultura de massa, os autores se valeram de uma amostra muito pequena de HQs em sua pesquisa (apenas cem revistas) e até de falsificação do material original para sustentar suas teses.

Entre outras acusações, os personagens da Disney são apontados, em tom panfletário, como racistas, colonialistas e capitalistas desalmados. Não se via ataques tão duros aos quadrinhos desde Sedução dos Inocentes (1954), do psiquiatra norte-americano Frederick Wertham, que pregava que as HQs produziam uma geração de iletrados e delinquentes. O livro serviu de base para que políticos de direita fizessem uma caça às bruxas às HQs americanas durante os anos1950.

Ao que parece, os ataques do Pato Donald não reduziram em nada sua popularidade no Brasil, confirmada pela longevidade de seus quadrinhos por aqui. Um brinde ao pato!


- Posted using BlogPress from my iPhone